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RÁFIA

António Jorge (Coimbra, 1966). Actor, encenador, cenógrafo e artista plástico.Autodidacta convicto, assento a minha prática na experimentação constante. Gosto das técnicas an-cestrais e do seu confronto com conceitos contemporâneos. Persigo a metáfora e a síntese num pro-cesso anárquico e voraz. Sigo impulsos que não compreendo bem. O risco e a dúvida são as fer-ramentas. A minha liberdade constrói-se a partir da necessidade vital da descoberta e entendimento do mundo, do outro. A criação artística é um acto quotidiano e misterioso de sobrevivência.Cheguei às artes plásticas através do Teatro (TEUC, 1987), que tem sido a minha profissão principalmente como actor mas também como encenador, cenógrafo e aderecista.
Membro fundador da companhia de teatro profissional A ESCOLA DA NOITE (Coimbra, 1992) e RAZÕES POÉTICAS (2011), projecto de diálogo artístico entre o teatro e as outras artes e entre artistas profissionais, amadores e comunidade.
Em 2012 fui docente na Escola Profissional de Artes Circenses do CHAPITÔ onde leccionei disciplinas no Curso de Interpretação e no Curso de Ofícios.
Integrei o elenco fixo da CTB - Companhia de Teatro de Braga de 2012 a 2023.
Ao longo dos anos dirigi múltiplas acções de formação e de prática artística em Oficinas de Adereços, Cenografia, Máscaras, Leitura e Interpretação direccionadas para alunos de teatro, professores, amadores e a diversos grupos da comunidade.Desde 1997, desenvolvo um trabalho sistemático de criação e pesquisa no campo das artes plásticas aprofundando diversas técnicas e explorando múltiplos materiais.

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EXPOSIÇÕES INDIVIDUAIS
2022 - THE WORLD IS A STAGE | MALTEPE YASAR KEMAL KULTUR MERKEZI | TURQUIA2018 - MÁSCARAS 1000: GRAMÁTICA DE UM APRENDIZ | ECO-MUSEU DE BARROSO | MONTALEGRE2015 - 4 PEÇAS EM TRIBUTO | THEATRO CIRCO DE BRAGA2014 - MÁSCARAS E OBJECTOS | PEDRO REMY ESPAÇO CULTURAL | BRAGA2013 - MÁSCARAS 1000: GRAMÁTICA DE UM APRENDIZ | LIVRARIA CENTÉSIMA PÁGINA | BRAGA2011 - MÁSCARAS E OBJECTOS EM ESPAÇOS PÚBLICOS | RAZÕES POÉTICAS | ESPINHAL E PENELA2011 - MÁSCARAS 1000: GRAMÁTICA DE UM APRENDIZ | CONVENTO DOS REMÉDIOS | ÉVORA | Cura-doria: José Alberto Ferreira (Escrita na Paisagem) - com núcleos em Aviz e Montemor-o-Novo2010 - MÁSCARAS À PROCURA DE UM ROSTO | MUSEU DA LOUSÃ2008 - 700 MÁSCARAS À PROCURA DE UM ROSTO OU UM ARTISTA DA FOME | A ESCOLA DA NOITE | TEATRO DA CERCA DE SÃO BERNARDO | COIMBRA
EXPOSIÇÕES COLECTIVAS
2024 - EXPOSIÇÃO INTERNACIONAL CONTEXTILE2024 - GUIMARÃES | PEÇAS: DON’T TOUCH ME, PLEASE | COMUNIDADE2022 - ACTUM 2022 | PEÇA: INOMINÁVEL | PALÁCIO DO RAIO | BRAG | Curadoria: Helena Mendes Pereira (Zet Gallery)2021 - ACTUM 2021 (AMOR EM TEMPOS DE CÓLERA) | PEÇA: NO OSSO | CASA DOS CRIVOS | BRA GA | Curadoria: Helena Mendes Pereira (Zet Gallery)2013 - OPENEND [#001 MR] | PEÇA: À FLOR DA PELE | ICZERO | ALLIANCE FRANÇAISE | COIMBRA2013 - CIMENTO 12+12+12 | CONCEPÇÃO E TELA #001 | ICZERO | MOSTEIRO DE SANTA CLARA-A VELHA | COIMBRA2012 - PASSWORD | PEÇA: CARPE DIEM | ICZERO | LIVRARIA PORTUGUESA DE MACAU
PRÉMIO E RECENSÃO CRÍTICA
2013 - PRÉMIO NACIONAL DE ARTESANATO CONTEMPORÂNEO - 2º lugar | MEE-IEPF2008-2009 - Osvaldo Silvestre | As máscaras da fome no teatro da contemplação I, II, III. |
Os Livros Ardem Mal | TAGV | Coimbra
Artigo - As Máscaras da Fome no Teatro da Contemplação I
Artigo - As Máscaras da Fome no Teatro da Contemplação II
Artigo - As Máscaras da Fome no Teatro da Contemplação III
ENCENAÇÃO E CENOGRAFIAS TEATRO
2024 - Cenografia e adereços
ENDGAME, de Samuel Beckett | Encenação Sílvia Brito | COMPANHIA DE TEATRO DE BRAGA2022 - Direcção Artística e Espaço cénico (com Sílvia Brito)
NO FIO DA NAVALHA, texto do grupo de trabalho | COMPANHIA DE TEATRO DE BRAGA2018 - Espaço Cénico e Adereços
DIÁRIO DE ADÃO E EVA | Texto e Encenação Abel Neves | COMPANHIA DE TEATRO DE BRAGA2017 - Espaço Cénico
AMOR DE PERDIÇÃO, de Camilo Castelo Branco | Encenação Sílvia Brito | COMPANHIA DE TEATRO DE BRAGA2014 - Máscaras e Objectos cénicos
SÍTIO | Encenação André Louro e Catarina Santana | COMPANHIA DA CHANCA | RAZÕES POÉTICAS2014 - Espaço Cénico
EM PESSOA, de Fernando Pessoa | Encenação Sílvia Brito | COMPANHIA DE TEATRO DE BRAGA2012 - Espaço Cénico
OS ÚLTIMOS DIAS DE EMANUEL KANT, de Alfonso Sastre | Encenação Sílvia Brito | RAZÕES POÉTICAS2012 - Dramaturgia e Direcção Artística
CASPIRRO | RAZÕES POÉTICAS2011 - Dramaturgia, Direcção Artística e Escultura Cénica
ACHADIÇOS: A VISCONDESSA DO ESPINHAL | RAZÕES POÉTICAS2011 - Dramaturgia, Encenação e Espaço Cénico
PERLENGA DA TERRA, texto da tradição oral | RAZÕES POÉTICAS2011 - Espaço Cénico
OBSERVAÇÕES DA PAIXÃO, de Mariana Alcoforado | Encenação Sílvia Brito | RAZÕES POÉTICAS2010 - Cenografia
LEMBRAS-TE, MADALENA, textos do grupo de trabalho | Encenação Sílvia Brito | RAZÕES POÉTICAS2010 - Cenografia
ORDEM, de João Santos Lopes | Encenação Sílvia Brito | O CELEIRO2009 - Espaço Cénico e Adereços
ESTE OESTE ÉDEN, de Abel Neves | Encenação Sílvia Brito | A ESCOLA DA NOITE2009 - Espaço cénico
ATRAVESSANDO AS PALAVRAS HÁ RESTOS DE LUZ, de Franz Kafka | Encenação António Augusto Barros | A ESCOLA DA NOITE2008 - Direcção Artística, Instalação, Objectos e Máscaras e Interpretação
700 MÁSCARAS À PROCURA DE UM ROSTO OU UM ARTISTA DA FOME, textos de Ésquilo, Heiner Müller e Franz Kafka | A ESCOLA DA NOITE2008 - Cenografia e Adereços
TNT - TUMULTO NO TEATRO, de Raul Brandão | Encenação Sílvia Brito | A ESCOLA DA NOITE2008 - Encenação, Cenografia e Adereços
BONECOS E FARELOS, de Gil Vicente | A ESCOLA DA NOITE2007 - Espaço cénico (com António Augusto Barros)
NA ESTRADA REAL, de Anton Tchékhov | Encenação António Augusto Barros | A ESCOLA DA NOITE2007 - Espaço cénico (com António Augusto Barros)
A BODA, de Anton Tchékhov | Encenação António Augusto Barros | A ESCOLA DA NOITE2007 - Objectos cénicos
TCHÉKHOV E A ARTE MENOR, de Anton Tchékhov, Encenação António Augusto Barros | A ESCOLA DA NOITE2006 - Cenografia e adereços
TRAGICOMÉDIA PASTORIL DA SERRA DA ESTRELA, de Gil Vicente | Encenação SílviacBrito | A ESCOLA DA NOITE2006 - Dramaturgia, Encenação, Cenografia e Interpretação
PROMETEU 06, de Ésquilo, Heiner Müller e Franz Kafka | A ESCOLA DA NOITE2006 - Cenografia e adereços
PLAY, de Samuel Beckett | Encenação Sofia Lobo | A ESCOLA DA NOITE2005 - Cenografia e adereços
PROFUNDO, de José Ignacio Cabrujas | Encenação Sílvia Brito | A ESCOLA DA NOITE2005 - Cenografia e adereços (com António Augusto Barros)
AO PARTIR PALAVRAS, de Ruy Duarte de Carvalho | Encenação António Augusto Barros | A ESCOLA DA NOITE2005 - Encenação, Cenografia e Adereços
NOIVAS, de Cleise Mendes | A ESCOLA DA NOITE2004 - Cenografia
DOIS PERDIDOS NUMA NOITE SUJA, de Gil Vicente | Encenação Sílvia Brito | A ESCOLA DA NOITE2004 - Direcção Artística (com António Augusto Barros, Ana Rosa Assunção e Sílvia Brito)
ALÉM DO INFINITO, de Abel Neves | A ESCOLA DA NOITE2003 - Cenografia, adereços e máscaras
ALMOCREVES E OUTRAS COUSAS QUE EM COIMBRA SE FIZERAM EM 1527, de Gil Vicente | Encenação Sílvia Brito | A ESCOLA DA NOITE2002 - Cenografia (com João Mendes Ribeiro e António Augusto Barros)
AUTO DA VISITAÇÃO E OUTRAS COUSAS QUE POR CÁ SE FIZERAM, de Gil Vicente |
Encenação António Augusto Barros | A ESCOLA DA NOITE1992 - Encenação (com José Neves)
AMADO MONSTRO, de Javier Tomeo | A ESCOLA DA NOITE

Contacto

Galeria-Atelier | Praça das Andorinhas, 6-A Braga | Portugal
+351 964 345 592
[email protected]

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MÁSCARAS

A minha experiência artística é, no essencial, a de um fazedor de teatro. O teatro preenche uma parte significativa das minhas necessidades e apazigua o meu conflito com a palavra. Embora a apropriação da palavra escrita feita espaço, corpo e acção seja um privilégio maior tem, por natureza, as suas fragilidades e, sobretudo, sobrevive mal ao tempo, à indiferença e à ignorância. A insatisfação e a dúvida levaram-me, através da manualidade e partindo dos impulsos primitivos como qualquer artesão de tradição popular, a procurar outros caminhos.
Foi na máscara que descobri um suporte alternativo de experimentação e comunicação. A máscara é um espaço de síntese, poderoso e polissémico. A máscara, sei-o melhor agora, consegue ser verbo antes do verbo, é matéria concreta e língua universal e, ao contrário da palavra, está condenada a não mentir e a perdurar.
As máscaras, tal como os teatros e as cidades, anseiam ser habitadas. Desta multidão de máscaras onde me incluo, aparentemente silenciosa e resignada, feita de bocados de vida e de morte, emerge uma fome insaciável de habitar uma utopia, um lugar...

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